sábado, 23 de janeiro de 2010

Depois de 4 meses


Meu 1 semestre nem acabou e eu já estou querendo mais.

Quero mais tempo pra mim, mais tempo para aproveitar Milão, para ir na biblioteca fuxicar as prateleiras, ler o que me der na telha e não so o que esta na bobliografia, folhear livros imensos na livraria, fazer contas que quando poderei compra-los.

Faz so 4 meses que eu estou aqui e já me sinto em casa, adoro ouvir italiano quando volto de viagens, adoro acordar fora de casa e ter que voltar pra minha de manhazinha e olhar a cidade acordando- pq ela acorda tarde, no meu tempo, na media. Gosto mais ainda de voltar da gaus, ver os prédios que todas as vezes o Gui me diz que eu já falei isso ”adoooooro os predinhos daqui” e eu não me canso..digo todas as vezes mesmo.

Sinto que muita coisa já foi e que o pior já passou. Já me sinto acolhida quanto estou triste e tenho pra quem ligar, sei pra quem ligar pra fazer compras, para sair ou para um simples almoço so por não comer sozinha.

Quero arrumar meu emprego, já até fiz meu curriculum fake em italiano, graças a Mari, sempre ela! Minha salvadora que me faz tanta falta. Que ele venha! Que ele seja divertido e me faça aprender mil coisa úteis e inúteis. Que ele me traga $ para que eu possa reorganizar minhas viagens, comprar as passagens para viajar com a Mi- mal posso esperar- isso merece um posto a parte.

Quero tudo isso e mais um pouco, quero fazer planos, metas.

Quero cerveja, sorvete, sol, céu azul, sul da Itália, Berlin, Amsterdan, Porto, Grécia, Egito, Marrocos, Paris.

Aguardem por que vai dar certo!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Leste Europeu


Lugarzinho que eu nunca pensei em pisar.

Fui meio sem saber pra onde, porque, onde iria ficar, como seria tudo. Apenas fui... eu e mais 15. Eramos 3, mas foi juntando, juntando e viramos um grande time.

Primeira parada: Praga. Estranhissima, surreal e linda. Ano Novo perfeito, com direito a musiquinhas brasileiras, brasileiros alucinados, estrelinhas, fogos, Pomba e Thelma, contagem regressiva e as pessoas olhando para a nossa rodinha que chamava atenção na praça lotada.

Aproveitamos muito a cidade, balada de 5 andares, moeda barata, neve, frio,perrengue, hostel fake que nos deu muito medo, sustos, furto, beijos e abraços, tours, castelo.

Depois de 3 dias, deixamos Praga e seguimos para Budapest- pra mim a melhor, a mais linda, a mais interessante e encantadora. Não sei se foi pelo tempo bom, pelo solzinho que pegamos mas eu me apaixonei. Fizemos um free tour muito bom com um húngaro de verdade que nos contava com era não poder tomar coca cola num pais comunista, como ele morava, vivia em casa, como ele não podia falar de certos assuntos na rua, com tudo era proibido.

Fomos numa terma, aquelas piscinas super quentes, piscinas super frias, saunas-mas fiquei so nas quentes-mto quente e fora -1 ou – alguma coisa- mto frio.

Foi muito divertido, piscina com correnteza, piadas, brincadeiras, mais Thleminha e Pomba. Adorei.

Mais alguns ticks na vida-mais castelo, mais igreja, mais projetos,mais vontades realizadas.

Proxima parada: Viena. Cidade imponente, grande, luxuosa, clara e pomposa. Dias de brincadeiras na neve, chamando atenção de todos, com direito a pessoas aleatórias tirando fotos nossas. Fui conhecer o Kalr Marx Hof- edifício residencial que eu estou fazendo um trabalho aqui- e que eu sonhava em conhecer há tempos e nunca imaginei que fosse chegar ate ele. Foi emocionante- meus amigos me acompanharam, ficaram fazendo guerrinha de neve enquanto eu me deliciava com seus 1,2Km de prédio. Amei.Lindo exemplo de como se arrasar num projeto.

Em Viena eu descobri um artista plástico que eu nunca tinha ouvido falar, que fez varias casas coloridas, uma coisa meio Gaudi- quase comprei o livro mas estava em Alemão-pesquisarei mais sobre ele para contar aqui.

Depois de 3 dias de neve em Viena: fomos nos aventurar em Bratislava: de longe o lugar mais difícil de se achar/falar/comunicar. Não sei se era pq estavamos cansados, pq sabiamos menos sobre a cidade, pq estava nevando muito. Foi de longe o passeio mais cansativo. Mala nas costas pq voltaríamos direto para Praga para pegar o vôo para Milao- andar na neve, chuva, procurar hostel, deixar as malas, encontrar os pontos turísticos, mais neve.

Gostei muito da cidade apesar de te-la visto quase toda com neve-ela deve ser mais atraente e colorida na primavera. Visitei um castelo, vi o Danubio de cima, comi comidas típicas.

Viagem inesquecível. Aprendi muitas coisas, sinto que posso me virar em qualquer parte do mundo, aprendi a viajar em grupo, a entender que cada um tem seu tempo, que sem bom humor nem adianta sair de casa. Gastei pouco dinheiro, viajei 10 dias seguidos so com uma mochila. Perdi ônibus, corri desesperada nos metros, contei moedas estranhíssimas.

Vi lugares lindos, vistas atordoantes, conheci melhor meus amigos, me diverti, dei risada, fiquei bêbada, contei historias, me apaixonei por tudo, senti mil coisas ao mesmo tempo.

Que 2010 continue assim: aventureiro e inesperado.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Familia

Minha família é assim, sensata, verdadeira, sem chourumelas. Quando me perguntam: como é com seu pai? Eu sempre respondo: um pouco distante, porem normal. Com muito respeito, carinho, admiração.

Antes eu sentia muita falta, achava que ele não gostava de mim, mas hoje eu vejo que ele alem de ser assim com todos, estava so se dedicando a um sonho. Sonho dele. E isso eu respeito muito. Eu nunca fui prejudicada pois tive sempre um padrasto que me tratava como filha, que me fazia me sentir como tal.

Ele era um mero residente de Iguape e resolveu se virar na vida, percebeu que era possível e não parou de estudar enquanto não foi um dos 100 melhores- essa frase eu vou lembrar pra sempre.

Minha mãe, eu sempre me pergunte porque cazzo ela escolheu a dedo o vale do ribeira! Pq ela não foi fazer cirurgia em Marilia? Porque ela também tinha sonhos, pq ela nasceu em 53, pq ela sabia o que ela podia fazer com o que ela aprendeu. E la foi ela... andar de canoa, vacinar barrigudinhos.

Meu segundo pai, um magaiver. Impressionante como alguém pode saber tanta coisa, saber fazer tudo. Não sei como é possível. Ele deveria ser estudado. Não tem pessoa melhor para encontrar numa sexta feira, sempre de braços abertos com algo pra te oferecer, nem que seja um abraço. Melhor ainda quando o abraço vem acompanhado de uma das suas especialidades culinárias.. que pode ser qualquer coisa que vai ser bom.

Hoje eu vejo a que nada foi por acaso... minha mãe se apaixonou, casou, foi pro Vale do Ribeira e se apaixonou mais pela profissão.. separou, casou de novo. Nascemos eu e Mi, papai encontrou Fer. Mais jovem, com sonhos maiores que levaram os dele. Nos separamos, mamãe casou com o cara da jaqueta preta( eu lembro mto daquela roupa indo pra Sudelpa).

Vitor nasceu, nos continuamos visitando papai em datas festivas, sempre recebendo presentes que eu tenho certeza que eram a Fer que escolhia, pq eram sempre perfeitos, sempre de acordo com a idade, sempre na moda.

Nos crescemos focadas, bem estruturadas... com o dinheiro que podiam nos dar fizemos o melhor possível. As 2 na USP, as coisas melhorando, mamãe respeitasdissima ao ponto de todos, absolutamente todas as pessoas as quais eu falo que sou filha dela elogiam e até apertam minhas bochechas. Papai virou engravatado no meio dos poderosos, Chico fazendo tudo virar outra coisa, Fer segurando as pontas. Vi crescendo.

Hoje to aqui, na Europa, Emilia já veio, ja viveu, hj sou eu... amanha é o Vi. E quando pensaríamos isso há 8 anos atrás?! Quando pensaríamos que eu estaria na Inglaterra,Irlanda, Espanha,Alemanha, morando na Itália?!!!

Familiazinha que teve aquele dedinho divino. Orguuuio, graças a deus.